Voltando ao passado... quero tentar colocar aqui coisas que não quero, nem posso, perder na enlouquecedora baderna de informações que carrego em minha mente.
Parte 1
Era uma tarde ensolarada. Final de primavera. Toca o telefone na estação. Do outro lado da linha uma voz grossa e ao mesmo tempo aveludada. Não sei quem é. Não o conheço. Mas gosto da sonoridade e da calma que emergem dali. Conversamos sobre questões profissionais e ao final deixo ao desconhecido o convite para um café e uma conversa fiada na estação. Ele garante que aparecerá no dia seguinte. E apareceu.
Se eu disser que não esperava a visita e nem lembrava do convite, estaria mentindo. Mas confesso que fui surpreendida ao entrar na sala de controle do local onde trabalho e encontrar aquele rapaz (agora não mais desconhecido), meio escabelado e cheio de papeis na mão, ali sentado em frente à tela das câmeras de segurança.
Conversamos sobre inúmeras coisas. Nossos colegas também participaram do papo. Mas algo estava predestinado para nós dois. No final do dia uma ligação e a promessa de um novo encontro.
Dias depois, já sem nenhum contato posterior, estou no meu casulo profissional, encerrando meu dia de trabalho, quando o ex-descohecido liga perguntando se poderia levar-me para casa. Começa então a operação milagre. Transformar uma funcionária cansada, apática e de uniforme em uma mulher exuberante e sedutora. Maquiagem, escova, cabelo, perfume e... sim, uniforme.. não havia mais nada para vestir. Viajo algumas estações com o coração saltitando. Juro.
No caminho cruzo com alguns colegas que indagam onde vou tão alegre e bonita. Respondo tranquilamente: "para casa, ora pois"...
Bato meu ponto e desço entusiasmada a passarela que me levará ao encontro dele. Mas, espera aí! Ele não disse onde estaria parado, nem com que carro estaria. Nada. Pensei rápido. Se não o encontrasse, pegaria um taxi e iria embora. Simples.
Deixei meu instinto falar, ou melhor, guiar-me... e o encontrei.
Ele disse que ao me ver descendo a passarela percebeu em mim uma aura, um brilho que envolvia meu ser. Certamente era meu espírito encontrando o dele...
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