quinta-feira, 22 de março de 2007

Simon versus Collor

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Simon versus Collor
Blog do Noblat 21/03/2007

O que o ex-presidente Fernando Collor (PTB-AL) teve de benevolência dos senadores no seu primeiro discurso não teve hoje. O senador Pedro Simon (PMDB-RS), que no governo Collor integrou a CPI do PC, levou de volta ao plenário todas as acusações que levaram ao impeachment do ex-presidente.

Simon lembrou e citou trechos do depoimento do motorista de Collor à época, Francisco Eriberto Freitas Franca, que serviu de base para as acusações contra o ex-presidente, e a compra do Fiat Elba usado pela família de Collor com dinheiro de campanha.

E por mais de uma hora, Collor ficou de um lado, dizendo ter sido absolvido pelo Supremo Tribunal Federal (STF), e Simon de outro, reafirmando as denúncias e criticando o arquivamento do processo contra o ex-presidente na Justiça.

- O processo finalizou, como sabemos, no Supremo Tribunal Federal. Depois de colhidos todos os depoimentos e de levadas todas as provas que conseguiram amealhar e que se mostraram infundadas em relação à questão do chofer Eriberto -, disse Collor.

- Como eu gostaria de poder lhe dar razão... Mas foi triste a decisão do Supremo Tribunal Federal. No caso do processo de Vossa Excelência, por falta de provas o STF mandou arquivar o processo. O Supremo jamais poderia ter feito isso -, respondeu Simon.

- Quer dizer que este processo só seria justo com a minha condenação?-, perguntou Collor.

- Não. Claro que não-, respondeu Simon.

- Então, vamos nos render ao julgamento da mais alta Corte de justiça do País, que é o Supremo Tribunal Federal, o guardião dos nossos direitos.

- Senador, lamentavelmente, o Brasil é considerado o país da impunidade.

E o embate continuou:

- O senhor traz sua convicção. Eu trago fatos -, rebatia Collor.

- Eu trago a CPI, eu trago o comportamento dos parlamentares, eu trago o julgamento do Senado -, devolvia Simon.

E prosseguiram:

- É verdade. O STF decidiu arquivar por falta de provas. Com todo o respeito ao Supremo Tribunal Federal, mas alguma coisa tem que ser feita. O Brasil não pode continuar a ser o país da impunidade. Que me perdoe o STF, mas nenhum deputado federal, nem um deputadozinho, nenhum senadorzinho, nenhuma autoridade foi julgada pelo STF. Infelizmente esse é o Supremo.

- Senador, o STF depois de analisar todas aqueles papéis e documentos levados pela CPI, os juízes estudando o caso, disseram que não há aqui para condenar-me.

- Vossa Excelência seria um bom advogado. Joga com os fatos com muita competência -, disse Simon.

- Não, não. Eu estou trazendo os fatos -, respondeu Collor.

E terminou assim: cada um de um lado, cada um com uma versão. Mas só agora, depois de ouvir o outro lado, Collor pode virar a página e não mais falar do passado como queria

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