Inter campeão.. Fotos: Dany Uequed, direto do Beira Rio!
Fernandão posando pra mim. Gatão

Artigo escrito em dezembro 2006.
Assisti neste domingo, 17, a conquista do Campeonato Mundial do Inter sozinha no Rio de Janeiro. Acordei cedo (acho que nem dormi) e liguei a televisão. Lá estava ele, Galvão Bueno, com quem havia conversado na sexta-feira anterior, na Rede Globo no Jardim Botânico. Naquela tarde durante um bate papo informal com ele, e com os repórteres Régis Resing e Flávio Fachel, ambos gaúchos e gremistas, perguntei quais eram as expectativas em relação ao jogo e ao Internacional.
Galvão, que tem uma fazenda no Estado e que gosta de andar pilchado, garantiu que era difícil, quase impossível uma vitória, e que nós (torcedores) devíamos estar felizes por representar o Brasil e já termos certo um segundo lugar. Engrossou o coro, os colegas, Régis Resing, e Flávio Fachel, que também não tinham muita fé em ver o colorado campeão. Tudo bem, é preciso lhes dar o desconto da rivalidade e o fraco desempenho do Inter na partida a
nterior contra o Al-Ahly.
Jornalistas a parte, o fato foi que acompanhei ansiosa e tensa os 88 primeiros minutos de jogo. Ao escutar o Galvão gritando gol, na hora me veio a desforra, e pensei: “Que tapa de luva”. Peguei minha bandeira (sim, eu levei o “manto sagrado” na bagagem) e saí do quarto do hotel gritando. Me deparei com vários hóspedes, a maioria estrangeiros, sem entender o porque de tanta euforia. Senti naquele momento a falta de uma parceria, de uma conterrânea, alguém que estivesse sentindo a mesma emoção. Quando o jogo terminou, não agüentei. Apanhei meus apetrechos de torcedora e fui para o calçadão de Copacabana à procura de algum colorado desconhecido para comemorarmos. No caminho, não me contive, liguei para o colega e amigo Fachel (gremista, lembram?) e tirei minha onda. Naquele momento, coitado, era o único gremista por perto, e parafraseando Zagallo: “Ele teve que engolir”. Os cariocas não entendiam o porque de tamanha rivalidade. Tentei explicar que aqui existem dois times muito fortes, ao contrário do Rio, onde são quatro grandes equipes
(Flamengo, Fluminense, Vasco e Botafogo). Contei que mais gostoso do que vencer o mundial, é ganhar em cima do ex-ídolo gremista, Ronaldinho Gaúcho. Mesmo assim eles continuavam sem compreender. Deixei pra lá.
Ao chegar na Avenida Atlântica, encontrei uma onda vermelha e branca. Gaúchos de todas as partes do Estado estavam ali. A grande maioria não mora mais no Rio Grande do Sul, vivem longe destes pagos há décadas, sequer recordam o hino do time (muitos acreditavam que era “papai é o maior”), mas não esqueceram suas raízes. E tem também os que nem são daqui, mas se sentem vencedores e “meio gaúchos”. A cada colorado que encontrava, um sorriso, um abraço e o grito de campeão. Parecia que nos conhecíamos desde sempre, afinal dividíamos a mesma paixão e o mesmo orgulho. Ouvia, estranhamente, aquela frase conhecida, mas com um sotaque diferente, chiado, um: “Ah eu sou Gaúxxxxoo”. Percebi, então, como o saudosismo mexe com o nosso interior. A comemoração longe das origens é ao mesmo tempo menor, mas muito mais intensa. Se eu tivesse vendo o jogo em casa, próxima a conhecidos ou parentes, me sentiria vitoriosa da mesma forma, mas a vibração seria diferente. Quanto mais longe de nossa terra, maior é orgulho que sentimos por ela e pelos feitos dos nossos....
Lá vem o Pato, Pato aqui, Pato acolá
Galvão, que tem uma fazenda no Estado e que gosta de andar pilchado, garantiu que era difícil, quase impossível uma vitória, e que nós (torcedores) devíamos estar felizes por representar o Brasil e já termos certo um segundo lugar. Engrossou o coro, os colegas, Régis Resing, e Flávio Fachel, que também não tinham muita fé em ver o colorado campeão. Tudo bem, é preciso lhes dar o desconto da rivalidade e o fraco desempenho do Inter na partida a
Jornalistas a parte, o fato foi que acompanhei ansiosa e tensa os 88 primeiros minutos de jogo. Ao escutar o Galvão gritando gol, na hora me veio a desforra, e pensei: “Que tapa de luva”. Peguei minha bandeira (sim, eu levei o “manto sagrado” na bagagem) e saí do quarto do hotel gritando. Me deparei com vários hóspedes, a maioria estrangeiros, sem entender o porque de tanta euforia. Senti naquele momento a falta de uma parceria, de uma conterrânea, alguém que estivesse sentindo a mesma emoção. Quando o jogo terminou, não agüentei. Apanhei meus apetrechos de torcedora e fui para o calçadão de Copacabana à procura de algum colorado desconhecido para comemorarmos. No caminho, não me contive, liguei para o colega e amigo Fachel (gremista, lembram?) e tirei minha onda. Naquele momento, coitado, era o único gremista por perto, e parafraseando Zagallo: “Ele teve que engolir”. Os cariocas não entendiam o porque de tamanha rivalidade. Tentei explicar que aqui existem dois times muito fortes, ao contrário do Rio, onde são quatro grandes equipes
Ao chegar na Avenida Atlântica, encontrei uma onda vermelha e branca. Gaúchos de todas as partes do Estado estavam ali. A grande maioria não mora mais no Rio Grande do Sul, vivem longe destes pagos há décadas, sequer recordam o hino do time (muitos acreditavam que era “papai é o maior”), mas não esqueceram suas raízes. E tem também os que nem são daqui, mas se sentem vencedores e “meio gaúchos”. A cada colorado que encontrava, um sorriso, um abraço e o grito de campeão. Parecia que nos conhecíamos desde sempre, afinal dividíamos a mesma paixão e o mesmo orgulho. Ouvia, estranhamente, aquela frase conhecida, mas com um sotaque diferente, chiado, um: “Ah eu sou Gaúxxxxoo”. Percebi, então, como o saudosismo mexe com o nosso interior. A comemoração longe das origens é ao mesmo tempo menor, mas muito mais intensa. Se eu tivesse vendo o jogo em casa, próxima a conhecidos ou parentes, me sentiria vitoriosa da mesma forma, mas a vibração seria diferente. Quanto mais longe de nossa terra, maior é orgulho que sentimos por ela e pelos feitos dos nossos....
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