Na tarde da quarta-feira de cinzas, 17, rumei ao sambódromo. Metrô em Botafogo até a estação da Praça Onze. Melhor maneira de chegar à Sapucaí.
Andei do setor 1 à Apoteose pela pista de desfiles olhando camarotes vazios, arquibancadas solitárias e inúmeros curiosos com suas máquinas fotográficas aproveitando a, talvez, única oportunidade de estarem ali.
O calor naquele ponto chega a cinco graus acima do que faz na zona Sul da cidade
Cheguei cedo. Uns 45 minutos antes de começar a abertura dos envelopes, ou melhor, a transmissão da Globo.
Apesar de poucas escolas estarem ali, logo encontrei o Cris. Grande amigo e parceiro de longos carnavais. Sinto uma sensação de estar em casa quando o vejo. É meu vínculo com o Sul em pleno RJ.
Logo encontrei minha "turma de apuração". Já virou mandinga; todo ano fico na mesa com o pessoal da Mangueira. Desta vez a "equipe de apuração" mudou um pouco. No grupo da Mangueira, só o presidente Ivo Meirelles e o intérprete Luizito como nomes de peso. Ficou no passado a presença de Alcione, Carlinhos de Jesus e grande elenco. Em compensação, na mesa do Salgueiro estavam: Eri Jhonson, Vivi araújo, Regina Duran, minha amiga Flávia Almeida (assessora de imprensa), Quinho, entre outros... realmente uma família.
Ao lado do espaço da verde e rosa estava o pessoal da Tijuca. A cada dez uma festa. Já na Mocidade e na Vila Isabel a quantidade de nomes impublicáveis dita pelos presidentes a cada nota chamou atenção. Acho engraçado. Não sei se eles pensavam que realmente podiam ganhar ou estavam querendo atenção.
Me arrepiei com a união da escola de Cartola. O grupo todo entoando uma paródia do Mamonas Assassinas:
Mangueira
Estou sempre contigo
Somos uma Nação...
Não importa onde esteja
Sempre estarei contigo
Verde rosa, sagrado
Tá no meu coração
O sambódromo é nosso
Vai começar a festa...
E dá lhe dá lhe dá lhe ôôô... (3 vezes)
MANGUEIRA DO MEU CORAÇÃO!
Realmente, não importa onde esteja; sempre estarei contigo!
O resultado foi "quase" justo. A vitória da Tijuca era mais do que merecida; agora o segundo lugar da Grande Rio foi inexplicável. O samba-enredo era uma colcha de retalhos ( e tirou 5 notas 10). O enredo, então... até agora ninguém sabe se era o "camarote número 1" ou os "25 anos de carnaval".. mesmo assim, tirou 10. Injustíssima foi a 11° colocação da União da Ilha. Enredo sobre Dom quixote magnífico. Samba-enredo também. Mesmo assim a mão dura dos jurados com as escolas que abrem os desfiles quase derrubou a Ilha, não fosse a apresentação desastrosa da Viradouro, que a rebaixou para o grupo de acesso.
Agora, a Portela merecia ter ficado entre as 10? Não. Quem viu de perto, percebeu alegorias não acabadas, fantasias diferentes uma das outras na mesma ala (as passistas estavam cada uma com um short diferente, trazido de casa), enredo confuso e o pior samba-enredo da safra 2010. E, para finalizar, a injusta sexta colocação da minha Mangueira. Merecia no mínimo o 3 lugar.

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