sexta-feira, 21 de maio de 2010

Fazer a diferença

Nestes últimos dias tive exemplos do quanto é possível ser profissional e dedicado no serviço público. Acostumada, como jornalista, a denunciar corrupções, desvios, e tantas outras mazelas que assolam nossas instituições públicas, tive a satisfação de cruzar dentro da Trensurb com profissionais que me provaram ser possível, depois de 25 anos de atuação, continuar fazendo com zelo e amor nosso trabalho.

Descobri que gentileza e a presteza dos funcionários das estações do trem não acontecem só por questão de índole pessoal. Por trás de tudo isso existe um treinamento duro e eficaz. Fui testemunha disso. Durante dois dias participei de exercícios de condução a deficientes. Temi, no início, ser incapaz de aprender mais do que já tinha visto e lido sobre o assunto. Ledo engano. A equipe de segurança da empresa, liderada pelos agentes Montenegro, Santos e Boeck, fez eu e mais de uma dúzia de colegas treinarmos incansavelmente a condução de cadeirantes e deficientes visuais em escadas rolantes, ingresso e retirada em trens e operar equipamentos úteis à locomoção destes usuários especiais.

A mensagem que tirei deste aprendizado foi uma lição de vida. Pode ser que eu nunca venha a precisar colocar em prática tudo descobri, mas a sensação de que sou capaz de ajudar ao próximo, de me colocar efetivamente no lugar deste e com um pequeno gesto tornar melhor a vida de alguém, não tem preço nem explicação. Fica a minha gratidão e o eterno respeito a esses profissionais capazes de fazerem a diferença.

terça-feira, 23 de fevereiro de 2010

Campeãs

O desfile das escolas campeãs, no sábado, dia 20, foi especial. Rever minha mangueira cheia de garra, presenciar a volta do Quinho ao Salgueiro, cantarolar junto com o pessoal da Vila Isabel o samba de Noel, escrito por Martinho, a Beija-Flor e suas alegorias grandiosas e bem acabadas, Grande Rio e seu homem "barulhento voador e ao único Paulo Barros e sua maestral Tijuca.

segunda-feira, 22 de fevereiro de 2010

É hora de partir...

A única coisa certa em uma viagem é o retorno. Podemos adiar, evitar, negociar, mas um dia acaba. E hoje chegou ao fim meu sétimo carnaval na Sapucaí. Sete. Meu número de sorte - uma vez na escola ganhei a rifa de uma bola com o número sete. Pronto. Bastou para virar mito.
Meu saldo, além de muitas bolhas no pé e uma amigdalite terrível ( a última que lembro ter tido foi na adolescência), é essa energia única que o Rio, em especial no Carnaval, me proporciona.
Desembarco em Porto Alegre dentro de uma hora e meia (são 6h05 mim) e tenho que comprar toda a lista de materias escolar do Cadu - as aulas dele começam amanhã, ver questões de trabalho, organizar minha mudança, etc, etc. Enfim, a vida real.

Mas antes preciso comentar uma experiência singular na manhã deste domingo, ao sair do desfile das campeãs na Sapucaí.
Andei pela primeira vez de moto no Rio. Fiz, de carona, o trajeto Sambódromo, Lapa, Marina da Glória, Flamengo, Botafogo com o dia raiando, sem capacete (que perigo), vendo o sol nascer radiante nas curvas do aterro do Flamengo. A imagem do pão de açucar, aquele ventinho nem tão gelado, muito menos quente batendo no rosto e levitando meus cabelos, se completou com a entrada na São Clemente, em Botafogo e a vista do Cristo redentor.. Fiz o tajeto cantando "pro dia nascer feliz".. - Essa é a vida que eu quis.. o mundo inteiro acordar e a gente dormir.. pro dia nascer feliz...." Meu momento Cazuza!!!

Inesquecível.

quinta-feira, 18 de fevereiro de 2010

Apuração


Na tarde da quarta-feira de cinzas, 17, rumei ao sambódromo. Metrô em Botafogo até a estação da Praça Onze. Melhor maneira de chegar à Sapucaí.

Andei do setor 1 à Apoteose pela pista de desfiles olhando camarotes vazios, arquibancadas solitárias e inúmeros curiosos com suas máquinas fotográficas aproveitando a, talvez, única oportunidade de estarem ali.

O calor naquele ponto chega a cinco graus acima do que faz na zona Sul da cidade.



Cheguei cedo. Uns 45 minutos antes de começar a abertura dos envelopes, ou melhor, a transmissão da Globo.


Apesar de poucas escolas estarem ali, logo encontrei o Cris. Grande amigo e parceiro de longos carnavais. Sinto uma sensação de estar em casa quando o vejo. É meu vínculo com o Sul em pleno RJ.


Logo encontrei minha "turma de apuração". Já virou mandinga; todo ano fico na mesa com o pessoal da Mangueira. Desta vez a "equipe de apuração" mudou um pouco. No grupo da Mangueira, só o presidente Ivo Meirelles e o intérprete Luizito como nomes de peso. Ficou no passado a presença de Alcione, Carlinhos de Jesus e grande elenco. Em compensação, na mesa do Salgueiro estavam: Eri Jhonson, Vivi araújo, Regina Duran, minha amiga Flávia Almeida (assessora de imprensa), Quinho, entre outros... realmente uma família.

Ao lado do espaço da verde e rosa estava o pessoal da Tijuca. A cada dez uma festa. Já na Mocidade e na Vila Isabel a quantidade de nomes impublicáveis dita pelos presidentes a cada nota chamou atenção. Acho engraçado. Não sei se eles pensavam que realmente podiam ganhar ou estavam querendo atenção.

Me arrepiei com a união da escola de Cartola. O grupo todo entoando uma paródia do Mamonas Assassinas:

Mangueira
Estou sempre contigo
Somos uma Nação...
Não importa onde esteja
Sempre estarei contigo
Verde rosa, sagrado
Tá no meu coração
O sambódromo é nosso
Vai começar a festa...

E dá lhe dá lhe dá lhe ôôô... (3 vezes)
MANGUEIRA DO MEU CORAÇÃO!

Realmente, não importa onde esteja; sempre estarei contigo!

O resultado foi "quase" justo. A vitória da Tijuca era mais do que merecida; agora o segundo lugar da Grande Rio foi inexplicável. O samba-enredo era uma colcha de retalhos ( e tirou 5 notas 10). O enredo, então... até agora ninguém sabe se era o "camarote número 1" ou os "25 anos de carnaval".. mesmo assim, tirou 10. Injustíssima foi a 11° colocação da União da Ilha. Enredo sobre Dom quixote magnífico. Samba-enredo também. Mesmo assim a mão dura dos jurados com as escolas que abrem os desfiles quase derrubou a Ilha, não fosse a apresentação desastrosa da Viradouro, que a rebaixou para o grupo de acesso.


Agora, a Portela merecia ter ficado entre as 10? Não. Quem viu de perto, percebeu alegorias não acabadas, fantasias diferentes uma das outras na mesma ala (as passistas estavam cada uma com um short diferente, trazido de casa), enredo confuso e o pior samba-enredo da safra 2010. E, para finalizar, a injusta sexta colocação da minha Mangueira. Merecia no mínimo o 3 lugar.

Carnaval Rio 2010 - Uma paixão


Carnaval no Rio é garantia de grandes momentos. Vim, neste ano, com a sensação de que encerro um ciclo. Algo me diz que este está sendo meu último carnaval na Sapucaí. Pelo menos por alguns anos, não sei se retornarei ao lugar que tanto amei. Coisas mudaram em mim. Não sei explicar. O brilho, a alegria, o mistério, ou como diria o grande carnavalesco campeão, Paulo Barros, o "segredo" se revelou. Perdi o tesão.
Esperava que minha escola fosse campeã (não que acreditasse de verdade nisso, mas milagres acontecem) para sair com a sensação de missão cumprida. Não deu. Tijuca fez a diferença e mereceu o título.

Sobre os desfiles, fiquei impressionada com a simplicidade da escola de madureira. O carro abre-alas foi "montado" minutos antes de entrar na avenida, em plena concentração. Acabamento não existia. Eram pregos, madeira, grampos, tudo à vista, sem nenhuma preocupação.
A Tijuca arrancou aplausos dessa blogueira. Aplausos emocionados. Simplesmente incrível.
Minha mangueira veio com uma garra que nunca havia visto. O samba de esquenta

http://www.mangueira.com.br/site/conteudo/hinos.asp
encantou.

A queda da viradouro era esperada. Coleginhas comentam que houve um "acordo" entre as grandes escolas para fomentarem as menores (Porto da Pedra e Mocidade0 e com isso evitar a queda destas, prejudicando a escola de niterói. Samba não se faz só na qudra, nos bastidores a política pe muito mais forte.

Meus pés, como em todos os anos, ficaram aos frangalhos. Essa é a verdadeira sensação de que estive na Sapucaí.
Sentirei saudades....